Este tipo de alimentação contribui para melhorar a sensibilidade à insulina, é anti-inflamatória e antioxidante, melhora os níveis de glicose em jejum, de colesterol total, ajuda a diminuir o índice de massa corporal, o perímetro abdominal e diminui o risco de morte por doença cardiovascular.

Esta iniciativa junta a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), a Federação Francesa de Diabetes (FFD) e a Federação Internacional da Diabetes – Europa (IDF) e tem como objetivo promover o papel de uma alimentação saudável e sustentável na gestão da diabetes tipo 2, desenvolvendo ações concretas para a literacia alimentar em pessoas com diabetes e profissionais de saúde.

“Uma mudança para uma alimentação mais baseada em plantas, pode beneficiar as pessoas com diabetes tipo 2, no controlo do açúcar no sangue, no bem-estar e na eventual redução da medicação. Contudo, os dados do inquérito a pessoas com diabetes tipo 2, realizado para o projeto “Comer Melhor, Viver Melhor”, revelam que uma grande parte dos inquiridos não reconhecem a definição e o possível papel destes padrões alimentares. Apesar do desconhecimento, os resultados mostraram também uma atitude positiva, sendo necessário disponibilizar formas de aumentar a literacia alimentar e os conhecimentos práticos sobre a confeção de produtos alimentares de origem vegetal”, refere Rogério Ribeiro, investigador biomédico da APDP.

Segundo a Associação Europeia para o Estudo da Diabetes (EASD), recomenda-se uma variedade de dietas alimentares que privilegiem o consumo de cereais integrais, legumes e frutas, leguminosas, frutos secos, minimizando o consumo de carne (especialmente carne vermelha e transformada), bebidas açucaradas e cereais refinados, como é o caso da dieta mediterrânica, a dieta nórdica e a dieta flexitariana (uma dieta que não elimina totalmente o consumo de carne, como a dieta vegetariana).

Rogério Ribeiro sublinha a necessidade de aumentar a consciencialização sobre este tipo de dietas. “Sabemos que mais de metade dos profissionais de saúde expressam poucos conhecimentos sobre a alimentação à base de plantas ou desconhecem o seu potencial papel para a gestão da diabetes. Efetivamente, apenas 30% das pessoas com diabetes tipo 2 inquiridas no âmbito do nosso projeto referiram ter recebido informação e apoio sobre este regime alimentar.”, conclui.

“É muito importante para a APDP fazer parte deste projeto, patrocinado pelo movimento internacional Healthy Food, Healthy Planet. Uma abordagem multidisciplinar que coloque a alimentação à base de plantas como prioritária na gestão da diabetes tipo 2, além de ter benefícios para a saúde, contribui para sistemas alimentares mais sustentáveis”, realça José Manuel Boavida, presidente da APDP.

A sessão “Promover e acelerar a mudança para dietas à base de plantas para uma Europa mais saudável: o caso da Diabetes”, acolhida pelo Eurodeputado Francisco Guerreiro dos Verdes/ALE, Portugal, contou com um painel de discussão com base na apresentação do projeto e dos resultados iniciais da revisão da literatura e dos inquéritos online realizados em Portugal e em França, bem como a lógica e o impacto dos workshops culinários. O evento reuniu as perspetivas dos decisores políticos, associações de diabetes (APDP, FFD, IDF Europa), pessoas que vivem com diabetes e profissionais de saúde.

Notícia relacionada

Diabetes. “A população sabe fazer escolhas saudáveis, mas é condicionada por fatores como o horário laboral”